Eu já deixei claro numa
postagem antiga o quanto tenho medo da morte. Medo mesmo... aliás, pavor! Medo não da morte em si, mas, sim, de simplesmente deixar de existir. Egoísmo, talvez!
Mas, hoje, dois dias após o dia de "finados", eu pensei em relatar não desse medo, mas sim de algo que aconteceu comigo há muito tempo. Não é lenda urbana... realmente aconteceu. (era para ter sido publicada no dia 2/10, mas minha vida foi uma
correria sem fim, então deixei pra finalizar a postagem hoje.)
Quando eu estava com quase 12 anos, morava numa cidade chamada Água Boa, no Mato Grosso. Nessa época eu fiquei alguns meses morando com uma tia(irmã mais nova da minha mãe). Lembro que certo dia ela recebeu em sua casa um casal que morava na fazenda e estava na cidade para levar seu bebê de mais ou menos 2 meses para tratar de um problema de saúde(não me lembro qual). A criança já em situação estável retornou para casa e eles então voltaram para a fazenda. Alguns dias depois a mulher voltou para a cidade desesperada, pois o estado de saúde da criança havia piorado. Ela nem chegou a ir para nossa casa, foi direto para o hospital e só ficamos sabendo do acontecido quando a mãe chegou à porta de nossa residência. Ela estava ali, sozinha, com seu filho no colo, MORTO! Foi um choque!!!
Ela precisava de um lugar para dormir até o dia seguinte, quando partiria para a fazenda novamente. MAS, o pior(para mim) estava por vir. Em meu quarto havia duas camas e (Podem acreditar), o bebê(que estava enrolado em uma manta e assim continuou) foi colocado na cama ao lado da minha... por um momento ele ficou sozinho, mas depois a mãe voltou e dormiu ao seu lado e ali ficaram até o dia seguinte. Agora, imaginem como eu fiquei!?!?!?!? Ter que dormir ao lado do bebê morto!? Aí vocês podem se perguntar: "pq vc não saiu do quarto e foi dormir em outro lugar?"... Não sei dizer. Acho que fiquei sem reação.
Mal consegui dormir e fiquei com aquilo em minha cabeça por vários dias seguidos. Até hoje, lembro dessa situação com um frio na espinha.
Resolvi falar sobre isso depois que vi um compartilhamento(em outubro) no
RostoLivro da Viviane(do blog
Razão e resenhas), onde falava-se do hábito antigo, em que fotografavam pessoas mortas em poses de como se estivessem vivas. No meio das fotos eu vi algumas crianças que pareciam estar dormindo. Foi inevitável lembrar do que me aconteceu. Como eu não consegui encontrar o link que a Vivi havia disponibilizado, corri atrás de outros sites.
Mesmo que todos falem que os mortos não fazem mal, que devemos ter medo dos vivos e blablabla, estar lado à lado com um defunto(mesmo que bebê) foi uma esperiência muito estranha, ainda mais para mim, que era tão novinha(quase, ainda, uma criança!).
Nota:
Quero agradecer à todos os queridos que me enviaram comentários na postagem anterior. Depois de algum tempo ausente, finalmente estou retornando à vidinha blogosférica.
Beijinhos...
Câmbio, desligo!